quarta-feira, setembro 27, 2006

De onde vem minha ogrice

Sem dúvida, vem de berço. Lá em casa nem os certinhos estão a salvo de momentos de ogrice. O sonho do meu pai quando os filhos eram pequenos era que no almoço nunca se falasse de assuntos nojentos e pedíssemos permissão para sair da mesa. É claro que isso nunca aconteceu.

Acho que quase ninguém conhece, mas existe um “garfo” próprio para comer manga. E ele usava isso para não melar a mão. [Tem tempo que não vejo ele comer manga e nunca mais vi o tal garfo] Pra mim, isso resume meu pai. Mas não se engane porque essas atitudes são apenas uma fina casquinha. Ele também é ogro, e muito! Quem sabe outra hora falo disso.

Já minha mãe... bom, ela lambe o prato. Isso também resume minha mãe. E eu não podia deixar de fazer isso virar uma tradição familiar. Eu também lambo o prato. Isso mesmo! Meto a língua no prato depois que termino de comer e deixo ele limpinho. É verdade que só faço isso de vez em quando e só quando a comida tá boa pra caramba.

E pra o meu orgulho outro dia vi minha sobrinha mais nova, de 5 anos, fazendo o mesmo, com aquele sorrisinho de quem sabe que está fazendo algo errado. Sempre que temos uma criança nova na família, esse hábito é escondido ao máximo. No início, lambemos o prato quando a criança não está olhando. Depois fazemos explicando que não é pra fazer igual, que é errado... e depois rimos discretamente com falsas afirmações de censura quando a criança tenta imitar [eu sempre pergunto “o que tem demais?”]. Meu pai não gosta mesmo. Mas a tradição parece que até agora não pegou, mas eu ainda não tive filhos.

É claro que numa família grande – somos dois irmãos e duas irmãs – têm uns que tentam escapar de suas origens. Diria que é meio a meio. Minha irmã odiava quando éramos meninas que eu falasse coisas como peidar, mijar... Pra ela, é pum e xixi. Quem sabe uma hora começo a investigar as raízes mais antigas na família desse meu jeitinho de ser.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Será que cansei mesmo?


Ainda não sei se cansei mesmo de ser ogra. Ou melhor, não sei se quero deixar de ser ogra. Talvez só em algumas situações... E foi a partir disso que surgiu a idéia deste blog. Comecei a falar de brincadeira no trabalho que estou desenvolvendo o Projeto Quero Ser Lady. E em várias situações tenho repetido o mantra "eu sou uma lady, eu sou uma lady" sempre que atitudes ou pensamentos ogros me tomam de assalto. E aí, meu chefe sugeriu que eu criasse um blog. E não é que gostei da idéia absurda. E logo eu que nunca pensei que faria um blog. Pronto, aqui está! Qualquer reclamação, falem com a chefia!!