sábado, janeiro 20, 2007

Os limites da ogrice

É claro que as ogras também têm suas frescuras... Aliás, foi só começar a brincar com os excessos de umas amigas para começar a prestar atenção nas minhas.

Outro dia fui numa cervejaria nova, super arrumadinha, desses lugares que têm sido inaugurados de uns anos pra cá em Brasília, com arquitetura e decoração diferenciadas... Enfim! Peço um chope na caneca e aí vejo que o garçom simplesmente passa uma água na caneca e vai servir o delicioso chopinho. Putz! Tá certo, sou ogra, mas sou limpinha, né?

Mas a verdade é que isso acontece muito em qualquer bar ou restaurante, em qualquer lugar. Bom, aí pensei que a gente consegue sobreviver a essas sujeiras e mandei o chope pra dentro.

Essa é a diferença entre uma ogra e uma lady. Nada que um vermífugo não resolva. Aliás, o meu está vencido. Nessas horas lembro que já faz tempo que não tomo um, mas nunca lembro disso quando estou na farmácia.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Parênteses

Dando uma pausa nessa história de ogrice... quero escrever hoje sobre um outro assunto. Cada vez mais, a violência do mundo, ou melhor, de nós, humanidade, tem me incomodado e entristecido. O noticiário, claro, é uma das principais razões pra ter reavivado essa minha percepção nos últimos tempos. É tanta barbaridade, pelos mais variados motivos ou por motivo nenhum. Nem preciso citar exemplos, cada um certamente pensará facilmente em vários.

Falamos muito sobre os diversos problemas mundiais, injustiça social, fome, falta de acesso à educação, à saúde, insegurança, violência... Mas a verdade é que precisamos mesmo é avançar como seres humanos. Vemos pessoas, sociedades, países lutando uns contra os outros, desrespeitando (em grandes e pequenas proporções) o outro, o meio ambiente. Me assusta mais é quando vejo pessoas que, em nome de uma causa nobre ou para fazer justiça porque o cara era mesmo um filho da puta, defendem que um ato de violência é justificável. Será que não é isso que sempre pensam os que fazem uma guerra?

Mas tive vontade de escrever sobre tudo isso porque ontem fui ao primeiro encontro de um grupo de estudo que uma amiga minha e um professor estão formando. A idéia é estudar a história das revoluções latino-americanas e a teoria marxista. Vimos um documentário muito interessante (A Batalha do Chile) e a idéia era depois debatermos. E então começamos a conversar sobre o assunto. Começou-se falando que pra resolver o Brasil só com uma revolução (até aí tudo bem, pra mim).

Mas quando vi as pessoas estavam falando que é preciso armar o povo (opa!). Se pudesse prever que ia causar um mal-estar ao dar minha opinião, tinha "pegado meu banquinho e saído de fininho". Mas, como não sou vidente, falei o que pensava e desagradei.

Desde então não páro de pensar no assunto e tenho cada vez mais certeza de que não acredito na violência, nem mesmo concordo com o argumento que surgiu de "violência reativa". É claro que se alguém me der um tapa (ainda mais me conhecendo como me conheço) não vou dar a outra face. Mas daí eu, racionalmente, buscar a solução pras mazelas humanas (ou pras minhas) através da violência, achar que isso poderia se justificar pelo resultado que se deseja... tem uma longa distância. Logo me informaram que, por essas coisas, sou humanista.

Depois de toda a discussão, ou debate, fiquei pensando que daqui a pouco viro um Raul Seixas, pregando a sociedade alternativa. No fim, já estava pensando que é o que resta mesmo pra mim... me isolar no meio do mato com meia dúzia de malucos como eu. Dizer pro mundo "pára!! que eu quero descer!"

Isso porque tudo o que consigo pensar é que a solução pra todos os problemas não está simplesmente em fazer justiça social, seja pela revolução ou não, e sim no amor. É, isso mesmo, uma solução bem piegas chamada amor. Ao invés de apenas universalização do ensino, saúde, comida, diversão e arte, deveríamos disseminar e garantir amor. Já pensou se o Bolsa Família não desse apenas dinheiro e exigisse aquelas condicionalidades (crianças na escola, vacinação, etc.), mas estimulasse o amor e o respeito ao próximo?

Acho que toda política, todo movimento social, a partir de agora, deveria ter entre seus objetivos principais o amor. "Plano Nacional da Educação Básica e Amor", "Plano Nacional de Saúde e Amor", "Programa Nacional de Geração de Emprego e Amor" e por aí vai.

Mas não é só ensinar as pessoas a amarem umas as outras não, mas a amar e respeitar toda a vida à nossa volta. Acho que o principal problema do mundo é que pensamos e agimos como se tudo ao nosso redor estivesse ali para nos servir. O que importa é o meu exclusivo bem-estar. E isso está em tudo, desde as pequenas coisas - como jogar um toco de cigarro pela janela pra não ficar com aquela coisa fedendo em casa, pouco importando se vou prejudicar o meio ambiente ou as pessoas que também convivem naquele espaço -, às grandes, como usar animais de cobaias.

Cresci com meus pais falando que se eu tivesse nascido na época da ditadura teria sido uma ativista, uma guerrilheira. Talvez a até alguns anos atrás isso seria verdade, mas hoje não sei como reagiria numa situação dessa. Certamente, não ficaria passiva, porque esta não é a minha natureza, sou combativa e idealista.

Mas voltando ao grupo de estudo, fiquei incomodada como tudo se sucedeu. Minha discordância ao uso da violência na revolução fez com que eu fosse taxada de humanista e, portanto, não-marxista. A verdade é que conheço muito pouco das duas teorias pra me definir por uma ou outra.

E se vc está pensando que a minha posição foi aceita tranqüilamente. Tenho a nítida impressão que não. (Vale esclarecer que só estavam eu, a minha amiga, o professor, um cientista político amigo da minha amiga que também discordava do uso da violência e uma mestranda em educação) Na hora de irmos embora, estávamos eu, minha amiga e o professor e ela falou pra ele que achava que o grupo ia parar por ali mesmo. Não recrimino ela, porque sei que também tenho tendência a ser radical e dificuldade de aceitar a opinião do outro.

Até mandei um email pra ela dizendo que esperava que o grupo não parasse por causa da primeira reunião, que sabia como ela estava animada e que talvez a questão fosse escolher melhor a audiência... A resposta, como veio no email: "Na verdade há diferenças ideológicas que podem emperrar a continuidade de algumas pessoas: não por imposição, mas por identidade mesmo (...) Há outras pessoas com as quais não conversei que se alinham mais com a ideologia marxista (termo reducionaista para simplificar)."

É, ainda não respondi o email, acho melhor conversar pessoalmente. Mas preciso colocar isso pra fora e vai ser aqui abertamente mesmo, no blog. Espero não ofender ninguém com o desabafo. Mas essa história tem outro lado que não o meu, devo ter sido mesmo uma chata inconveniente. Aí só resta pedir desculpa...

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Visitando a amiga diplomata

Por incrível que pareça tenho amigas que sabem se comportar muito bem. Acho que a campeã delas é a que está fazendo Rio Branco. Ela sempre foi muito mais educada do que eu, desde a faculdade.

Não sabia (também nunca tinha pensado a respeito) que o curso do Rio Branco inclui aula de etiqueta. E ela está mais atenta a esses detalhes do que nunca. Fui à casa dela outro dia e tinha até guardanapo de pano, na hora do lanche. Eu, claro, não costumo usar. A não ser que esteja em um restaurante fino (o que raramente acontece).

O guardanapo de pano tem me perseguido, ultimamente. Nunca gostei do bendito, talvez porque ele nunca tenha estado presente nas minhas refeições. A não ser ao lado do meu pai, que sempre disse que guardanapo de papel parece papel higiênico. E como a boca dele não é b... Quando não tinha guardanapo de pano, ele limpava na ponta da toalha. Muito chique.

Mas a verdade é que, como nunca usei, acho muito estranho colocar o tal no colo. Dizem que serve pra proteger a roupa, mas dificilmente deixo algo cair no colo. O mais comum, quando acontece, é cair no braço ou no peito mesmo. Mas usar o guardanapo no pescoço nem pensar, né?

No restaurante do meu trabalho também tem guardanapo de pano. Fora de casa acho mais estranho ainda ter que usá-lo pra limpar a boca, ou melhor, o cantinho da boca. Fico pensando se lavaram bem depois que outra pessoa usou. Prefiro os de papel. O mais curioso é que o restaurante do trabalho é um self service simples. Aqueles guardanapos de pano não combinam nada, nada com o lugar.

Na casa da minha amiga, fiz o que geralmente faço, deixei o guardanapo lá, esquecido em cima da mesa. Só usei pra limpar os dedos quando melei de geléia... As outras duas amigas usaram, como manda o figurino.

A minha amiga comentou, com pesar, que não consegue usar o garfo com a mão esquerda. As outras duas estranharam, fazem isso naturalmente: cortam a comida com a faca na mão direita e depois trocam o talher de mãos. Nossa, que trabalheira! Acho que nunca vou aprender a fazer isso. A minha amiga diplomata, com certeza, sim!

Mas deram uma dica legal, que provavelmente não vou lembrar quando precisar. Em coquetéis, o ideal é segurar o copo com a mão esquerda. Assim, quando forem te cumprimentar, a mão direita (a que geralmente usamos) estará seca. Realmente, é muito chato ter que secar a mão, enquanto a outra pessoa está lá com a mão estendida, esperando. Dá vontade de dizer: "Fique tranqüilo que a mão não tá suja, é só água!"

Depois de toda essa conversa, perguntei se ela vai continuar me convidando quando estiver trabalhando como diplomata. Bem, só o tempo dirá. Claro que etiqueta não foi o único assunto do chá das cinco. Porque, senão, que diabos eu estaria fazendo ali?!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Carpe diem

Ontem me deparei com um dado que está aí pra todo mundo ver, mas que a gente nem se dá conta: o total de fins de semana que temos por ano. São 48. Isso mesmo, 48! Dos 365 dias do ano apenas 96 são "fim de semana", que podemos dedicar ao ócio, à diversão e ao prazer. Isso quando não temos compromissos não tão desejados nestes dias.

Por isso, temos que aproveitar muuuito esses dias tão raros! Está certo, temos também feriados, férias e os prazeres a que nos damos direito no meio da correria da semana, mas mesmo assim quando uma amiga falou, assim como quem não quer nada, no meio da conversa, que o ano tem 48 fins de semana achei pouco, muito pouco. E logo pensei: "É preciso aproveitar mais". Então, lembrem-se sempre de mim quando forem fazer alguma coisa divertida nos próximos 47 fins de semana de 2007!

domingo, janeiro 07, 2007

Bricando com a não ogrice dos outros

Há algum tempo, descobri que uma amiga é muito fresca com relação à limpeza do lugar onde ela vai comer. Pra se ter uma idéia, ela nunca tinha comido no Beirute porque achava que o lugar era "meio" sujo. Mas eu já fiz ela superar esse trauma, só não sei se ela vai voltar lá de novo. Descobri essa característica dela quando trabalhávamos juntas. Fiquei sabendo que ela foi acompanhar umas amigas nossas até um trailer próximo que vende tapioca e não teve coragem sequer de sentar na mesinha... Comer, então, seria impensável.

Bom, lembrei dela porque outro dia fomos ao Acarajé da Rosa e uma amiga nossa pediu um caldo de sururu. A aparência realmente não é das melhores e tem que ter estômago forte, eu reconheço. Eu tomei algumas colheradas e fiquei arrotando aquele negócio por horas. Tá certo que eu já tinha comido um acarajé antes... Enfim, muitos na mesa estranharam a iguaria. Então, minha amiga passou a cumbuca pra que o pessoal pudesse provar. Uns não tiveram coragem, até aí tudo bem. Aí chega a vez da amiga que nunca tinha comido no Beirute e o que ela diz? - "Eca! com a mesma colher!!" e passa o caldo adiante. Caramba! só tinha amigos! [Meu pai que tem dessas coisas, não compartilha talheres e copos nem com os filhos... acha falta de educação e anti-higiênico. ?!!]

Depois de rodar a mesa, o caldo chega às minhas mãos. Eu não podia deixar isso passar em branco, né? E aí falo com ela que realmente com a mesma colher é nojento. E meto a língua no caldo. Ai, eu me divirto! A cara dela e da maior parte das pessoas foi uma coisa. E aí eu e a minha amiga dona da cumbuca lambemos o caldo juntas pro pessoal tirar foto.

Meu projeto "quero ser uma lady" parece que vai ficar mesmo só na intenção...

quarta-feira, janeiro 03, 2007

A virada

Quanto ao meu ano novo... fui pra um sítio de uns amigos dos meus pais. E nem meu amigo, que é filho deles, estava lá. Ficamos lá, eu, minha irmã, meu irmão e seus respectivos, no verdadeiro baile da terceira idade.

Derrota total! Mas como não me deixo abater, caí na dança com a coroada. Até de trenzinho participei. De bom mesmo só a comida da amiga da minha mãe... O melhor é pensar que o programa furado do ano já passou... agora 2007 só terá diversão!

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Entrando em 2007


voltando pra casa depois do reveillon. 2007 começou bem chuvoso...