quinta-feira, janeiro 11, 2007

Visitando a amiga diplomata

Por incrível que pareça tenho amigas que sabem se comportar muito bem. Acho que a campeã delas é a que está fazendo Rio Branco. Ela sempre foi muito mais educada do que eu, desde a faculdade.

Não sabia (também nunca tinha pensado a respeito) que o curso do Rio Branco inclui aula de etiqueta. E ela está mais atenta a esses detalhes do que nunca. Fui à casa dela outro dia e tinha até guardanapo de pano, na hora do lanche. Eu, claro, não costumo usar. A não ser que esteja em um restaurante fino (o que raramente acontece).

O guardanapo de pano tem me perseguido, ultimamente. Nunca gostei do bendito, talvez porque ele nunca tenha estado presente nas minhas refeições. A não ser ao lado do meu pai, que sempre disse que guardanapo de papel parece papel higiênico. E como a boca dele não é b... Quando não tinha guardanapo de pano, ele limpava na ponta da toalha. Muito chique.

Mas a verdade é que, como nunca usei, acho muito estranho colocar o tal no colo. Dizem que serve pra proteger a roupa, mas dificilmente deixo algo cair no colo. O mais comum, quando acontece, é cair no braço ou no peito mesmo. Mas usar o guardanapo no pescoço nem pensar, né?

No restaurante do meu trabalho também tem guardanapo de pano. Fora de casa acho mais estranho ainda ter que usá-lo pra limpar a boca, ou melhor, o cantinho da boca. Fico pensando se lavaram bem depois que outra pessoa usou. Prefiro os de papel. O mais curioso é que o restaurante do trabalho é um self service simples. Aqueles guardanapos de pano não combinam nada, nada com o lugar.

Na casa da minha amiga, fiz o que geralmente faço, deixei o guardanapo lá, esquecido em cima da mesa. Só usei pra limpar os dedos quando melei de geléia... As outras duas amigas usaram, como manda o figurino.

A minha amiga comentou, com pesar, que não consegue usar o garfo com a mão esquerda. As outras duas estranharam, fazem isso naturalmente: cortam a comida com a faca na mão direita e depois trocam o talher de mãos. Nossa, que trabalheira! Acho que nunca vou aprender a fazer isso. A minha amiga diplomata, com certeza, sim!

Mas deram uma dica legal, que provavelmente não vou lembrar quando precisar. Em coquetéis, o ideal é segurar o copo com a mão esquerda. Assim, quando forem te cumprimentar, a mão direita (a que geralmente usamos) estará seca. Realmente, é muito chato ter que secar a mão, enquanto a outra pessoa está lá com a mão estendida, esperando. Dá vontade de dizer: "Fique tranqüilo que a mão não tá suja, é só água!"

Depois de toda essa conversa, perguntei se ela vai continuar me convidando quando estiver trabalhando como diplomata. Bem, só o tempo dirá. Claro que etiqueta não foi o único assunto do chá das cinco. Porque, senão, que diabos eu estaria fazendo ali?!

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